segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Sorria e abrace teus pais enquanto estão aqui! ♡




Tanto tempo que não escrevo aqui e tanta coisa que eu queria "falar".... a visita ao Brasil, a volta pra Austrália, á chegada dos meus 30 anos e essa tal fase balzaquiana!
Mas parece que apertei a tecla "fast" e os dias estão passando num piscar de olhos, quando me dou conta lá se foi mais um rs. 
Então aproveitei a calmaria dessa noite de domingo pra expressar um pouquinho do que estou sentindo agora...
Saudade da minha família é a primeira coisa que me vem a cabeça (e ao coração) ahhh a ida ao Brasil, o encontro com a minha família ♡ que sensação maravilhosa é pode sentir o aconchego de casa depois de tanto tempo, definitivamente não da pra explicar, fecho os olhos relembrando de cada momento e instantaneamente sinto a minha pulsação mais forte, acompanhada de um aperto no peito e o silêncio do vazio. Foi difícil voltar, infelizmente não pelo Brasil mas por quem deixei por lá. 
A parte boa é constatar que o amor por eles ainda que seja  incondicional pode aumentar, a distância nunca me fez tão próxima e talvez seja esse o meu maior bônus em escolher embarcar de volta pra cá, da um desejo louco de externar esse sentimento, gritar aos quatro cantos do mundo o quanto eu me sinto abençoada, o quanto essas pessoas são importantes pra mim e o sentido que dão a minha vida, pra gente que está de fora tudo muda ainda que eles sejam os mesmos. 
Os abraços foram mais intensos, as demonstrações de carinho mais apreciadas e até os pequenos detalhes encantaram minha alma.
Quando voltei pra Austrália fiquei alguns dias abalada, tomada por um vazio tão forte que toda hora me fazia chorar, faltava um pedaço de mim, a sensação de estar perdida, incompleta perdurou até criar minha rotina de novo e conseguir respirar sem aquela angústia toda.
Uma amiga chegou a questionar, "como eu ia ter coragem de largar as pessoas que me amavam lá" e eu também me indaguei a respeito disso em alguns instantes, a cada sorriso minha coragem se esvaecia, mas minha intuição me dizia que só saí da caixa quando cheguei na Austrália, foi aqui que tive tempo de finalmente parar, e pela primeira vez olhar pra mim de verdade e essa era uma jornada que eu ainda precisava continuar. 
Eu quero viver mais, amadurecer mais, evoluir, porque é pra isso que estou aqui e nesse momento a busca por esses  aprendizados me levaram a partir.  
A gente questiona, a gente se culpa, se angustia. Mas o destino. a vida e o peito ás vezes pedem que a gente embarque. Alguns não vão, mas nós que fomos, viemos e iremos, não estamos livres do medo e de tantas fraquezas. Mas estamos sempre livres do medo de nunca termos tentado!
Parei de me martirizar pelas minhas dúvidas ou escolhas equivocadas porque elas contribuíram pra mulher que sou hoje, talvez amanhã eu possa preferir algo diferente mas é algo que só vou saber se me permitir, por isso tenho tentado pegar mais leve comigo e focar no tantooo de coisas lindas que essa trajetória tem trazido pra mim. Talvez seja também porque me tornei uma "balzaca" rs e de alguma maneira a chegada dos 30 anos me despertou novos anseios (li algo do tipo). 
Eu mentiria se dissesse que minha vida é só plenitude tanto quanto se dissesse que não estou feliz, ainda tenho minhas mil e uma crises, estou usando creme anti-idade no rosto mas comer chocolate diariamente ainda é um vício que estou custando a resistir!
Não encontrei as respostas de tantas questões que quero desvendar, inclusive as dúvidas continuam a surgir, o medo vira e mexe me assombra mas não a ponto de me fazer fugir, pq independente das circunstancias em que me encontro, agora sou eu que decido se representam um fardo ou uma grande oportunidade de crescimento pra mim. 
E essa foi a minha maior descoberta!

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

As voltas que a vida dá. ♡



A inspiração do post de hoje veio de confidências trocadas com uma amiga e outra e refletindo sobre fases e situações pelas quais (quase) todo mundo passa.
Hoje não vim narrar minhas experiências de intercâmbio (embora esteja implícito), hoje o meu tema é o AMOR! ♡ Decidi escrever um pouco sobre minha vida com o Daniel (meu noivo) já que ainda não falei sobre ele nesse blog.

SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA! rs.
Pra quem tiver curiosidade de saber, a trama do nosso relacionamento desde o começo até a decisão de vir pra Austrália está registrada aqui:

http://www.blogprimeiroencontro.com.br/2016/04/namoro-distancia-historia-dos-leitores.html?m=1

Eu e o Dani estamos juntos há quase 3 anos, ficamos separados por três meses (período que decidi vir pra cá) do dia que o Dani me procurou pra gente voltar até eu embarcar pro outro lado do mundo, muita coisa aconteceu. Quando entrei dentro do avião uma parte de mim estava decidida a deixar ele pra lá, mas eu não queria agir no impulso, tinha que primeiro me "organizar". Eu libriana que sou sempre fiz do amor a razão de tudo, vivendo mais pro outro do que pra mim,então eu sabia o quanto esse tempo sozinha iria me ajudar. E assim foi...

Acima de tudo, morar sozinha sempre foi o grande sonho da minha vida. Ter esse tempo só meu era o que eu mais desejava realizar e aconteceu de uma forma tão extraordinária que quando cheguei aqui, de fato não tinha mais espaço pra ninguém além de mim mesma, era só da minha cia que eu queria desfrutrar. Com passar do tempo eu acostumei a viver sozinha, estava tão focada em viver a minha maneira que mal pensava em outras coisas. Em contrapartida, o Dani sempre estava lá, com uma mensagem de carinho, se fazendo presente e demonstrando o quanto se importava e por isso eu não via muito sentido em terminar, então decidi deixar rolar. Os meses se passaram e eis que o Universo conspirou pra que ele viesse me encontrar.

Eu admito que foi um baque pra mim, pq me casar na Austrália nunca esteve nos meus planos, sentia como se ele estivesse invadindo meu espaço, eu queria me descobrir sozinha e isso me dava a sensação de estar dando um passo pra trás sabe?! E se ele me magoasse de novo? E se estragasse o meu sonho? Se me fizesse sofrer mais uma vez? Se eu levasse um pé na bunda versão internacional? hahaha
É claro que com toda essa insegurança eu já não era mais a mesma e a princípio não foi nada fácil, mas optei por tentar pra ver no que ia dar, por mais felizes que estivéssemos essa sensação de estar sendo invadida pendurou por um bom tempo, eu relutava contra minha própria realidade com com bloqueios que eu mesma criava, mesmo tudo indo tão bem, acho que por medo de me entregar de novo, por já não confiar tanto nele, ou por puro orgulho ferido simplesmente por ele não ter passado metade das coisas que passei quando terminamos e de quebra ter vindo parar aqui, mas enfim...
O tempo que passei sozinha mudou  muita coisa, ainda assim o Dani nunca desistiu de nós, sempre se dedicou a me reconquistar e reacender aquela chama que tinha se apagado em mim mesmo quando eu teimava em me afastar. Dia após dia, aguentando minhas crises e conduzindo tudo da maneira mais doce, paciente e  amorosa possível (sempre falo pra ele que nem eu me aguentaria! rs)
Temos aprendido muito um com o outro, conviver com ele desde sempre foi uma delícia pq ele é um amor de pessoa, coisinha mais linda!

Mas a principal mensagem que quero passar contando um pouco dessa história e que originou o título dessa postagem, é a seguinte: Confie na vida! Acredite no melhor que ela tende a te proporcionar, sempre! Mesmo quando tudo estiver de cabeça pra baixo, permita-se sofrer e respeitar o seu tempo para absorver o "impacto" mas em hipótese alguma tome uma fase ruim como verdade, pq ela também vai passar assim como tantas outras e tudo pode mudar.

Se há dois anos atrás alguém me dissesse que minha vida daria essa volta, eu acho que não acreditaria!
Quando me apaixonei pelo Daniel criei um mundo de expectativas, fiz dele o centro da minha vida e por isso sofri pra caramba quando a gente terminou (a ponto de decidir me mudar de país) NUNCA imaginei que pudéssemos viver o que estamos vivendo hoje, até pq se quer acreditava que um dia a gente iria voltar!
Eu dizia aos quatro cantos do mundo que era com ele que eu me casaria e quando ele me pediu em casamento eu nem tinha total certeza do que eu queria, ele que o diga! rs
Hoje estamos felizes, crescendo juntos em uma relação permeada de muito respeito, amor, felicidade e compaheirismo e somos mutualmente gratos por essa parceria.



Portanto não se prendam a nada que não seja irreversível pois a vida é uma caixinha de surpresa, da muitas e muitas voltas e pode ter surpreender da noite pro dia! Já que a gente  não tem como prever o futuro que possamos acreditar que algo melhor virá acontecer.
Um dia desencanei de acreditar no amor, hoje estou casadinha! ♡

terça-feira, 4 de julho de 2017

Meu infinito particular ♡




De todos os posts que já fiz nesse blog esse sem dúvida é o mais particular, estava com vontade de escrever há um tempo mas precisava de uma inspiração maior que ajudasse a me expressar, a verdade é que tudo que eu compartilho aqui surge do desejo de colocar pra fora sentimentos que se afloram em mim, na tentativa de porventura quem sabe, transformar o dia de alguém! Além do mais acredito que  tudo aquilo que a gente enaltace ganha força dentro de nós e assim se revela em nossa rotina. Escrever aqui me faz bem!

Se eu pudesse dar um conselho ás pessoas que passam pela minha vida, seria não pra não terem  medo de se jogar, e que se sentissem medo ainda assim não as deixassem congelar. A gente precisa ter coragem pra mudar, mudar sempre, mudar muito, quantas vezes julgarmos necessário! Mudar de atitude, de idéia, de conceito,  estilo de vida, trabalho ou país que  seja pq ás vezes a gente se acomoda com as nossas escolhas, escolhas essas que nem sempre nos fazem bem, mas que preferimos optar por mantê-las lá simplesmente pelo medo de arriscar, por comodismo ou pura preguiça de se mexer. E assim deixamos o tempo passar, criando desculpas pra nós mesmos, jogando  a culpa pros outros e perdendo a oportunidade de experimentar sabores extraordinários que as nossas conquistas poderiam  nos dar.

Dizem por aí que as pessoas mudam completamente depois de fazer um intercâmbio, pela quantidade de experiências intensas que a gente vive através de uma nova cultura e de tudo que isso acarreta, confesso que por  um bom tempo eu fiquei me questionando sobre o tamanho do impacto que isso teria sobre mim e como seria essa tal mudança, principalmente  pq  eu sempre fui pintada como a princesinha da família, , meiga, doce, frágil e bla bla bla por mais que no lá no fundo eu estivesse apavorada, esse rótulo já  não me servia mais, algo em mim precisava mudar, era chegada a minha hora de voar!

Entretanto quando a gente se propõe a viver uma experiência dessas, tentamos nos manter  cientes de  que devemos estar preparados pra tudo, mas a real  é que  a gente nunca está!
Nesse  1 ano e pouquinho morando aqui, perdi três entes queridos, eu não pude estar lá pra abraçar minha família quando eles precisaram, uma vez meu Pai ficou doente e foi parar na UTI foi sem dúvida um dos dias mais dificies da minha vida, milhares de coisas passaram pela minha cabeça e eu não podia fazer nada além de chorar sozinha e rezar, pq eu não teria como voltar, teve outra época tbm que meus pais passaram por uma crise daquelas e cogitaram se separar e o que me restava era esperar e torcer pra  que tudo se acertasse. Perdi o casamento da minha melhor amiga, acompanhei de longe pessoas que eu amava passando por momentos ruins e outros mágicos, só eu sei o quanto desejei estar lá nem que fosse só por estar.
Minhas  duas cunhadas ficaram grávidas, se tem uma coisa que eu AMO nessa vida é ser Tia e me doeu bastante não estar lá pra participar do chá de revelação, ou do jantar pra comemorar, perdi os primeiros passinhos do Joaquim e também não estava lá quando ele começou a falar e confesso que fico com coração apertado com medo dele não me reconhecer quando eu voltar.
Eu mal lavava louça na minha casa, da pra contar na mão e iriam sobrar quase todos dedos das vezes que limpei um banheiro na vida e quando cheguei aqui fiz faxina pra me sustentar (o que é completamente normal entre os estudantes), sofri preconceito, fui mal tratada por chefe, enganada por outra e eu só tinha a mim mesma pra me consolar.

E quer saber se me arrependo de ter escolhido ficar? Não, nem um pouco! Pq eu não sabia como era contar só comigo mesma, e dar conta do recado! Pq eu nunca me senti tão dona de mim mesma e das minhas vontades, foi preciso eu quebrar a cara (as vezes o coração) pra entender que existem mil possibilidades la fora e que eu tenho capacidade de tentar, de continuar até me adaptar, se der errado eu aprendo até acertar, se eu acertar ótimo mais um motivo pra me orgulhar, pra mim tudo é válido ganhando ou perdendo pq é o equilíbrio da vida e como absolutamente tudo é transitório, as fases ruins também  tendem a passar.

Eu precisei me afastar de tudo e todos, sair  completamente  da minha zona de conforto pra descobrir o quão grande eu poderia me tornar, mesmo que em essência eu ainda seja mesmo uma "menina meiga" e tenha muuuuita coisa pra aprender e melhorar, mas essa é a  minha jornada em particular, ninguém precisa exatamente viajar pra longe pra se transformar,  existem sempre meios pra gente melhorar, novas maneiras de nos surpreender, novas descobertas pra gente explorar, novos caminhos pra seguir, talvez o segredo seja não se render a tudo que é sempre tão cômodo e familiar, é saber que a vida taí todinha  pra desfrutrar e que o que te incomoda hoje  pode ser o impulso que você precisava pra refazer seu amanhã!

domingo, 11 de junho de 2017

Longe de casa há (muuuito) mais de uma semana ♡



Estive reparando que eu sempre atualizo meu blog perto de completar ou completando mais um mês morando aqui, talvez pq essas datas me deixem um pouco mais reflexiva ou pq eu fique contando inconscientemente a quanto tempo estou longe da minha família, não sei rs. Inclusive coincidência ou não, essa semana completo meu primeiro ANO de Australita! 😃
E é muito doido pq passou voandooo mas ao mesmo tempo quando olho pra trás e lembro do tanto de coisas que aconteceram, parece que estou em Sydney por quase toda a vida! Isso me dá uma mistura de saudade e plenitude, saudade das pessoas que eu amo e plenitude por ter encontrado meu caminho embora ainda esteja só no comecinho dele e é daí que veio a inspiração pro post de hoje...

Pensando no quanto tudo conspirou pra me trazer até aqui, no quanto Deus foi e é generoso comigo, sabe... eu não sou uma pessoa religiosa mas acredito INTENSAMENTE em um poder divino que me rege e protege SEMPRE e a cada coisa boa que me acontece, assim como a cada aprendizado que fica depois de uma  fase ruim, me firmo mais e mais nisso: alguém lá em cima (ou ao meu lado) está constantemente olhando por mim, cuidando pra que cada pedacinho do meu destino seja"perfeito" da maneira que há de ser.

Já devo ter comentado aqui que meu maior sonho sempre foi morar sozinha, ter meu espaço, meu canto, minha casinha. Quase toda noite antes de dormir eu ficava imaginando como isso seria, não sei exatamente pq eu tinha esse Q de querer sair da casa dos meus pais, mesmo tendo de tudo e levando uma ótima vida por lá, acho  que pela idéia de liberdade e independência que essa experiência me trazia. Cheguei a cogitar morar com amigas, fazer uma Pós no litoral pra morar na casa de praia, mudar pra Jeri pq era paradisíaco e o custo de vida era mais baixo, ou pra BH pra ficar mais perto do namorado, NADA dava certo, era por conta da minha profissão que financeiramente não me permitia, o aluguel que subia, o namoro que terminava, enfim... tinha uma partezinha dentro de mim que vivia frustrada e ficava sofrendo pq realizar meu sonho parecia tão distante pra mim e o irônico nisso tudo é que não me vinha a mente morar fora do Brasil, meus planos eram pra algo mais perto e familiar rs. Eis que aconteceu a GRANDE virada da minha vida, com o toque especial do cara lá de cima, que guardou algo muito mais extraordinário pra mim, maior do que qualquer um daqueles filminhos que eu criava na minha cabeça antes de dormir, maior do que qualquer coisa que eu poderia imaginar! Hoje eu só sei agradecer e sorrir por todas minhas tentativas terem sido frustradas, pq foi através delas que cheguei até aqui! Por isso quando passo por algo muito difícil eu prefiro entregar, pensar que "isso também passa" pq eu sei creio que algo muito melhor pode vir, por isso hoje minha fé é maior do que nunca e minha perseverança também! E na verdade não só pela realização desse sonho em si, mas por todas vezes em que a minha vida virou de cabeça pra baixo e eu pude me redescobrir.
Falando em (re)descoberta, como é bom poder "des-cobrir" coisas, pessoas, lugares, conceitos, sentimentos que seja!

Presumo que a distância tenha MUITO a contribuir, pq poder olhar as coisas de longe aumenta nosso campo de visão diante da vida e nos leva a perceber coisas que antes passavam batidas, então nossas prioridades mudam assim como alguns valores também. A parte difícil  de lidar com toda expansão é saber como se comportar diante de algumas verdades que nos aparecem, algumas nos alegram, outras magoam e tem aquelas que nos surpreendem, tais como aqueles amigos que a gente não tinha um contato tão frequente mas que com a distância  fazem questão de se manter presentes lembrando o quanto nossa falta é significante,  daqueles parentes da família que a gente sempre adia a visita pq tem compromisso mais importante e que agora em meio a saudade são tão queridos e amáveis com a gente, assim como aquelas pessoas tão íntimas e próximas que claro, sentem nossa falta mas
que com o passar do tempo, a correria do dia-a-dia se quer lembram de mandar um "oi, como vc está?" acho que cair no esquecimento é uma consequência que quem decide morar em outro país deve arcar. Não é regra, mas sei lá...

O tempo por si só muda MUITA coisa, somado a distância das nossas raízes então... nem se fala! rs.
 Se eu disser que esses 361 dias de Austrália foram só flores, vou estar mentindo, mas garanto que foram todos válidos para o meu crescimento pessoal, por isso só tenho a agradecer incessantemente a cada passinho dessa jornada, a Deus por permitir, aos meus pais que me proporcionaram a oportunidade de estar aqui, a tudo e todos que tenho esbarrado por esse caminho que me inspiram e dão força, a tudo que me impulsiona, fortalece e engrandece como pessoa, e a esse país tão especial que abriu as portas pra mim e que pelos ensinamentos tem me transformado em um ser humano melhor!

Thanks Straya ♡ 

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Por aí... em qualquer lugar! ♡



Muitas pessoas acreditam que fazer um intercâmbio é a solução pra todos aqueles problemas que a gente já cansou de tentar solucionar, e definitivamente: não é! Parte deles costumam embarcar com a gente, outros deixamos lá na esperança que por conta própria tudo vá se desenrolar. Mas anyway, a vida não pára! O foco é que muda, faz tudo se modificar, surgem novos desafios somados agora á todos aqueles medinhos que pularam na mala e por isso é tão importante, eu diria fundamental, estar certo do que você está indo buscar quando decide viajar, porque na hora do aperto a solução mais óbvia é querer voltar e surgem pensamentos do tipo "eu não preciso disso!" "não estudei pra fazer isso!" "Não cheguei aqui pra aquilo" e blah blah blah.... tenha sempre em mente o que você quer conquistar. 


Quando eu estava pra vir muitas pessoas me disseram que eu deveria me preparar, mas hoje particularmente acho esse conselho um tanto quanto vazio. Como se preparar pra algo que não podemos prever? Cada um tem sua história, um destino a percorrer, preparar a gente prepara bolo, não temos receita pra viver! 

Estou morando fora a quase 1 ano e ainda sinto que tenho tanta, mas tanta, mas tantaaaa coisa pra aprender, se me perguntam se estou preparada? Não sei! Mas quero pagar pra ver. 
Eu sigo trilhando meu caminho, do meu jeitinho, com mais humildade no coração e generosidade no olhar,  continuo imatura pra muitas coisas, ainda tenho dificuldade em levantar cedo e milhares de dúvidas que vivem a me atormentar, ainda me cobro o tempo todo de coisas que eu deveria melhorar, continuo adorando ficar largada em casa mesmo tendo milhares de lugares lindos pra conhecer, choro de saudade da minha família pelo menos umas 3x na semana (ou dia) e fico alimentando essa saudade assistindo vídeos do meu sobrinho no celular. Isso tudo porque nossa essência é sempre a mesma onde quer que a gente esteja. 
Claro que sinto que eu esteja me tornando uma pessoa melhor pq minha vivência em Sydney desenvolveu (e ainda desenvolve) muito da minha força, acredito que quando a gente se dispõe a esse tipo de circunstância automaticamente se abre pro mundo, não da pra se entregar mais ou menos, ou vai com tudo sabendo do quanto pode ser penoso ou nem se atreva a se jogar. 
A única coisa que posso afirmar de olhos fechados é que pra cada pequeno obstáculo que a gente supera, uma parte de nós se reinventa, se revigora e a gente descobre a pessoa linda, corajosa,guerreira, iluminada que existe dentro de todos nós, mas que os medos fazem adormecer e então a gente muda e nem percebe, simplesmente desperta e quando olha pra trás só consegue sentir mais e mais amor e orgulho de si mesmo e isso é uma recompensa tão divina que não tem como explicar! 
Assim como a gente sente na pele o quanto somos pequenininhos perto desse mundão tão grande, e que as surpresas que chegam ao longo das voltas que a vida dá, nos trazem aprendizados muito maiores do que a gente poderia imaginar nos nossos planos tão estrategicamente elaborados. 
Viver do outro lado do mundo tem disso, a gente se depara com um bocado de histórias, culturas e pessoas novas de tudo quanto é lugar, sem contar daquelas já conhecidas, da família e dos amigos que a gente deixou pra trás, cujo a vida também tende a continuar e aí a gente para. pensa e repensa diariamente no rumo que queremos levar, em todas renúncias e consequências das nossas escolhas. Talvez os dramas ainda sejam os mesmos, mas a forma como lidar com eles é que aos poucos vai se transformando e acredito que cada um tenha seu tempo de se transformar, de se moldar a sua nova realidade. A verdade é que no final das contas não importa em que lugar do mundo a gente esteja, é só através da paz de espírito, da leveza no coração e com mais serenidade na mente que a gente consegue se encontrar, o meio pelo qual chegar a isso é totalmente particular,  eu agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de estar desfrutando dessa busca interna de maneira tão intensa, aqui nesse lugar.

  


"A gente vem para conhecer a gente mesmo, de quebra o mundo inteiro, e perceber que choro e o sorriso são sentimentos intraduzíveis e já não importa a cor da pele nem o formato dos olhos, todo mundo que chega é viajante nômade, estrangeiro, e vem com um medo absurdo do desconhecido, até enxergar no outro a clareza de um espelho, outros candidatos ao processo diário de recomeços, na mais genuína reforma da alma. E aí a gente muda e nem percebe. O endereço, a cara, a língua, as amizades. Muda o gosto, a rotina, o paladar. Muda de emprego, sentimento e atitude. Menosprezando talvez a chamada maturidade, mas dando valor real à nossa essência humana." (Vitor Afonso)



 ♡

quarta-feira, 22 de março de 2017

Levando a alma pra passear ♡




A poucos dias atrás completei 9 meses morando fora, foi uma semana cheia, um tanto quanto atípica, várias coisas acontecendo no Brasi e aqui. Por isso talvez seja natural eu estar reflexiva. 
Nove meses! É o tempo de gerar uma vida, meu tempo de pensar em tudo que já "gerei" nessa jornada, fiquei me perguntando sobre o que irá ficar de tudo que já vivi, das pessoas e culturas que conheci, de todo caminho que tenho trilhado. 
A distância nos ensina muitas coisas, ela te deixa mais sensível na mesma proporção que te torna mais forte. Faz você dar valor a coisas que vc nem consderava tão importantes e vc passa a perceber tudo que chega a ti como algo muito maior. Sabe aquela história de tirar o foco de daquele pedacinho do terreno e enxergar a imensidão do campo?! Ver de fora. É como sentar em uma nuvem e assistir o espetáculo da vida lá de cima, mas tendo consciência que ainda assim, mesmo com a visão previlegiada vc continua a ser espectador e tem certas cenas nessa trama que não podem ser mudadas.Então vc observa, aprende, escolhe e acolhe a mensagem que quer interpretar pra si. 
Você passa a ser uma pessoa do mundo, dá asas a sua liberdade e uma vez que ela aprende a voar, dificilmente se prende a um só lugar, por isso hoje tenho  meu coração divido, uma parte que fica e outra que quer voltar. 
Dizem que quando a gente viaja leva alma pra passear, e creio que não é preciso vir pro outro lado do mundo pra que ela espaireça, pq a viagem que mais nos traz pra perto do nosso espírito é a que fazemos pra dentro de nós mesmos. Talvez possa não ser tão sublime quanto pareça. Pois quando decidimos abrir o coração pro mundo e colocar a alma pra "passear lá fora" libertamos tambem as sombras que estavam escondidas dentro de nós, e a gente sabe que lidar com o que nos parece sombrio nunca será algo simples ou superficial, acho que pude dar conta disso nos meus momentos de solidão.   
Mas não existiria luz se não fosse  pela escuridão certo?! É o equilibrio da vida e talvez então esse seja o motivo do passeiio, não entulhar o "salão da alma" para que os sentimentos dancem livremente, como quiserem dançar..que a gente aprenda a dar espaço à todos eles, respeitando o tempo e a vez de cada um se apresentar. 
Eu ainda tenho tanto a aprender, tantas coisas em mim que gostaria de mudar, bloqueios, vicios, medos, mau-hábitos que preciso curar, são lembranças que marcam e a gente leva pro resto da vida, mas que nem sempre precisamos alimentar. No meu caso, coisas das quais pensei que iria me livrar quando viesse pra cá e que tudo iria se transformar. Ainda não consegui, completamente mas chego lá... 
E por isso posso afirmar com tanta convicção que não está no lugar, está em nós, no ninho da alma e se estivermos conectados com nós mesmos, sem intervençoes externas, a gente sente isso tão forte que quase pode tocar.  
Bendita seja a amnésia do meu coração para superar tudo aquilo que não me faz bem, não eleva e não me deixa em Paz. Afinal a vida é uma  coisa que tende a passar e ás vezes insistimos tempo demais naquilo que simplesmente não é pra ser. De repente a vida toma um outro rumo, desvia da meta que você havia traçado e só depois você percebe que tudo tinha que ser exatamente da forma como foi, e que os caminhos que você não queria seguir te levaram a lugares muito mais lindos do que aqueles que você almejava alcançar. Vide a foto que não me deixa enganar.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Aussie Life ♡



Já que no outro post falei sobre como o começo do intercâmbio foi suado, hoje vim contar um pouquinho do pq ainda assim escolhi continuar vivendo aqui. Pra quem tem vontade de vir, vale a leitura pra tirar algumas dúvidas. ;)

Bom, a rotina aqui não é tão diferente do Brasil, pq falando em um contexto geral a gente estuda, trabalha muito e paga conta como seria em qualquer lugar do mundo rs. Mas acho que a grande diferença está na qualidade de vida acima de tudo, na liberdade de mudar de trabalho, casa, idéia e etc como e quando vc bem entender, sem aquele peso do diploma, dos laços ou responsabilidades que geralmente a gente carrega.
  • TRABALHO

O visto de estudante na Austrália nos permite estudar 20h semanais, pra isso temos dois tipos de registro um é o TFN que é como se fosse a carteira de trabalho no Brasil e o outro ABN como se fosse número do seu CPF, nesse vc paga o imposto por conta. Trabalhando 20h por semana a gente consegue dinheiro pra viver: comida, transporte e aluguel, ponto. Por isso praticamente todos estudantes trabalham horas a mais, alguns se arriscam a trabalhar pelo TFN mas correm o  risco de ser denunciados, eu particularmente nunca soube de nenhum caso, mas sei que existe. O mais a se "seguro" a se fazer além das 20h é trabalhar em lugares que paguem em cash in hand, o que na verdade também é ilegal, mas pra isso o governo faz a famosa "vista grossa". Os salários são pagos semana ou quinzenalmente, praticamente todas empresas pagam por hora e o valor mínimo é de  AUD 17,80.
Job aqui não falta, mas tem que correr atrás pq a concorrência é grande e o tipo de trabalho varia de acordo com seu nível de inglês e as suas habilidades. Ahhh é muito importante dizer que quando chegamos aqui temos que fazer alguns cursos para ter licença pra trabalhar, as leis com álcool e segurança aqui são MUITO rígidas então se vc tem a intenção de trabalhar em restaurante, buffet, cozinha e até obra tenha em mente que vai precisar de uma graninha extra pros cursos obrigatórios.
Outra coisa é, quem se arrisca a encarar um intercâmbio tem que estar aberto a fazer de tudo um pouco, deixar orgulho, diploma, carreira e todos preconceitos de lado, pq aqui se vc não tiver documentação legalizada sua experiência nào vale "nada".  Profissões regulamentadas como a minha por exemplo (fisioterapeuta) demandam uma série de documentos, que custam muito tempo e dinheiro (bastante dinheiro) não é impossível conseguir, mas tem que estar disposto a investir, a não ser que vc já venha com indicação da sua empresa e bla bla bla (mas aí já são outros quinhentos...)

  • MORADIA 

Diferente do Brasil, os alugueis aqui são pagos semanalmente, o valor depende da região onde você mora, casas próximas as praias e ao Centro de Sydney são mais caras. Lembrando que o aluguel do qual estou falando, corresponde a um quarto em uma casa, a locação de um imóvel requer uma porção de documentos, comprovantes, baita burocracia por isso não é indicada para recém chegados, a não ser que vc venha acompanhado de toda sua família. Outra coisa que difere no valor é o tipo de quarto: single, duplo, triplo. Eu tive muita sorte de conseguir um quarto single logo de cara e por um preço ótimo, todo mundo diz que no início isso é muito raro de acontecer. Cheguei a dividir quarto com mais 2 pessoas no meu segundo mês mas foi só por 2 semanas, depois voltei pra casa onde moro até hoje (E AMO).
Um detalhe muito importante é sobre o BONDI, é tipo um seguro que vc deve pagar pra garantir sua vaga na casa em que for alugar, geralmente cobra-se duas semanas de aluguel adiantado, da pra negociar. O BONDI serve como um calção para o locatário, caso vc quebre algo na casa ou saia antes do tempo combinado, o certo é dar o aviso duas semanas antes pra que o responsável pela casa tenha tempo de colocar outra pessoa no seu lugar, sendo assim o dinheiro do Bondi volta todo pra você.


Morar ou não com Brasileiro? 
Acho que essa é uma questão muito pessoal, quando estava pra vir eu não queria morar com Brasileiro de jeito nenhum, pra focar no ingles e tal mas depois vi que o mais importante PRA MIM era poder ter com quem conversar a vontade em casa, me apeguei muito aos meus flatmates e mudei de idéia. É claro que a convivência com gringos ajuda infinitamente mais, pq vc é forçado a falar e pensar em inglês o tempo todo então se esse for seu objetivo primordial vai com tudo! Tenho certeza que é um aprendizado e tanto além do ingles já que terá que lidar com os costumes de uma cultura totalmente diferente da sua.


  • TRANSPORTE/ DISPESAS DO DIA-A-DIA
O transporte aqui é bem carinho, usamos o OPAL (bilhete único no Brasil)  a passagem não tem um valor fixo, varia de acordo com o horário e a distância percorrida (hora do pico é a mais cara óbvio). Mas depois de 8 viagens o valor cai pela metade (quando cheguei depois das 8 ficava FREE saudade dessa época hahaha) tudo aqui funciona por aplicativos, acho isso o máximo, vc acessa e consegue checar o horário exato do seu trem ou buss, é tudo bem organizadinho. A parte ruim é que não tem trem toda hora, são muitas linhas e elas vão mudando de destino, não é como no Brasil que o mesmo trem passa toda hora na estação, temos as plataformas fixas mas os destinos mudam e ás vezes isso acaba dificultando um pouco pela demora entre um trem e outro. Mas falando em qualidade e segurança no transporte Sydney da um show, é tudo limpo, inteiro, bonito. O mais legal é que tem lugares aqui que a gente só consegue chegar de barco (Ferrys) e eles estão inclusos no meio de transporte comum, só passar o OPAL e ser feliz! É bem bacana pq temos acesso a inúmeros lugares paradisíacos e não gastamos muito com isso, especialmente aos fds! Da pra curtir bastante.


Sobre as outras dispesas especialmente alimentação: a vantagem é que os mercados tem muuuuitos produtos das suas respectivas marcas, a qualidade é ótima e o preço melhor ainda! Isso ajuda demais! Acho o preço da comida muito "doido" tem coisa que custa muito barato, frutos do mar por exemplo, e outras muito caro, limão e manga é quase que comida de rei aqui de tão caro rs. Outra coisa que eu AMO é que os mercados fazem muita, muita, muita promoção todos os dias, produtos que estão pra vencer sempre caem pela metade do preço, muitas vezes nem por isso, é promoção por promoção mesmo rs. Fast-food, pizza, nutella e tudo que engorda é quase de graça comparado ao Brasil, bate aquela tentação diária pra comer né?! Terrível!!
Alguns lugares vendem comida brasileira, mas geralmente custa caro por ser importado e nós somos tão habituados aqui a pagar, 2,3, 6, 10 dólares nas comidas do dia-a-dia que qualquer 15 doletas parece absurdo.

  • QUALIDADE DE VIDA
Esse é sem dúvida um dos principais motivos pelos quais eu estou morando aqui, apesar de Sydney estar entre uma das cidades mais caras pra se viver no mundo, a qualidade de vida aqui faz  jus a tudo que é cobrado. A Austrália em si é um país muito justo, sabe um lugar onde tudo funciona?! É aqui! rs. As pessoas são muito educadas, respeitam umas as outras, respeitam as leis, a polícia aqui por exemplo, tem uma moral e um valor lindo de se ver. Se vc está sendo injustiçado por algum motivo e está agindo dentro da lei, é só fazer uma ligação para o órgão responsável e eles estão lá de prontidão pra atender. Até os homeless (mendigos) aqui podem ter uma qualidade de vida razoável pra viver, o governo oferece aluguel e comida pra eles enquanto não encontram emprego, embora muitos deles gostem de viver ao reelento (vai entender rs). Apesar das coisas serem caras ganhamos o equivalente pra viver bem, mesmo em "sub-empregos" como chamamos aí no Brasil e que aqui são profissões respeitadas e valorizadas, os impostos que vc paga aqui são justos e realmente beneficiam você,
É claro que a Austrália náo é o País das Maravilhas, aqui também acontecem coisas ruins vez ou outra, também tem casos de violência (incluindo ataques de canguru) mas o índice é incomparavelmente menor do que no Brasil.
Eu particularmente me sinto muito livre aqui e amo isso! Saber que posso ir de pijama pro mercado e ok pq é bem capaz que encontre alguém de roupão por lá. Saber que mesmo como estudante estrangeira tenho todos direitos preservados como qualquer ozzy, sem qualquer tipo de descriminação,
Admiro muito também o respeito e cuidado que eles tem com a população LGBT, tem vários lugares com a bandeira deles ao lado da bandeira da Australia espalhadas por aí. E acho isso fantástico! É bom demais viver em um país onde vc pode ser o que você quiser ser, sem temer! E falo isso em vários sentidos... 

Mas tem coisas que não da pra explicar, nem escrever, só estando aqui pra entender! Além do mais compartilho da minha opnião e história, cada um deve construir a sua diante do que escolhe, é viver pra crer. ❤

Bom acho que por hoje é isso pessoal rs.
Espero ter ajudado quem estiver interessado em vir ou saber! 

Beijos

Dani  


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O (difícil) começo de tudo.


A decisão de vir pra Australia aconteceu meio que no impulso, durante uma conversa com uma amiga que também está morando aqui.
Eu estava em uma má fase, desmotivada com a minha profissão, querendo mudar de área mas ainda perdida sobre o que iria fazer, tinha terminado um relacionamento (com meu noivo que tbm veio pra cá) além de várias questões pessoais e o intercâmbio naquele momento parecia ser a solução de todos os meus problemas. Soava como "dar um tempo" na minha vida e começar outra, buscando algo que não sabia exatamente o que era, mas que fazia meu coração pulsar pelo simples fato de ser realmente novo, desconhecido, pela oportunidade de começar do zero de uma maneira diferente, fora da casinha digamos assim, era um desafio muito instigante pra quem estava com sede de viver novas experiências, no caso, eu!
Baseada nisso criei um mundo de expectativas pra essa viagem, afinal país novo vida nova, nova Danielle! Como se ao embarcar naquele avião todos meus conflitos internos fossem desaparecer, evaporar rs. Óbvio que não foi  bem assim que aconteceu, a propósito eu trouxe TUDO pra cá e constantemente minhas crises existenciais vinham me assombrar, a solidão em um certo momento  nos coloca cara a cara com nossos maiores medos, bloqueios e inseguranças, tudo vem a se exacerbar e quando se está literalmente só, do outro lado do mundo ou vc enfrenta ou desiste. Eu optei por enfrentar, pq não tinha  pra onde correr afinal a viagem era longa, eu já tinha chego até aqui, decidi que  não ia mais voltar!

Praticamente nada do que eu imaginei aconteceu, não morei com minha amiga como planejei morar, não ganhei uma fortuna de dinheiro como disseram que eu iria ganhar, minha intenção era mudar os hábitos alimentares (agora vai, vou melhorar...) mas a ansiedade e o desespero pra que eu conseguisse me estabilizar me deram 8kg a mais acompanhados por uma compulsão alimentar. Demorei dois meses pra conseguir meu primeiro trabalho fixo em um lugar bacana, nesse  intervalo de tempo fiz de tudo um pouco, no meu primeiro cleaning fiz um corte no braço que deixou uma bela cicatriz de lembrança, trabalhei em restaurante com um chefe grosseiro, preconceituoso e machista que além de tudo deu a maior dor de cabeça pra pagar o mísero salário que me devia, teve também buffet de festa quase tão longe quanto o Brasil, sem contar o monte de queimaduras na época de kitchen hand e por aí foi...Passei por muito aperto, mas não pensava em desistir, queria provar pra mim mesma acima de tudo que eu ia conseguir! Ser e me sentir independente era meu maior sonho, não ia abdicar dele tão rápido assim, por mais complicado que estivesse suportar todas as coisas pelas quais eu estava passando, somando a saudade da minha família e o medo de decepcioná-los.

Falando em família, eu ganhei uma, no meio dessa loucura e a melhor parte dos meus dias era voltar pro aconchego  da minha casa, quando estava pra vir, tinha em mente não morar com Brasileiro de jeito nenhum, pra treinar o inglês e etc, mas isso mudou completamente quando encontrei o MEU LAR. Nas vezes em que chegava em casa física e psicologicamente cansada e tinha com quem conversar, sem ter que me esforçar nem pensar sobre como ia falar, pessoas que entendiam de forma literal o que eu estava vivendo e sentindo, isso foi sem dúvida um baita alicerce pra mim (não que não possa acontecer morando com pessoas de outros países ok?!) Mas eu sei, que tive e tenho muita sorte por tê-los comigo!

Enfim, pra não escrever um livro, vou parando por aqui rs.
Muita coisa aconteceu e aos pouquinhos tudo foi se ajeitando, na verdade ainda está, no tempo e modo Divino e a minha crença constante nisso sempre foi meu maior estímulo de força e esperança, pq a gente sabe que toda mudança causa desconforto mas que vem pra agregar. E a dor é momentânea, como aquele sapato novo, lindo que nos causa bolhas, mas que a gente coloca pq se sente bem, pq ficou tão feliz em comprar e vai usando até laciar. Presumo que no final das contas, tudo nessa vida é uma questão de se adaptar!

O meu começo aqui não foi nem de longe como eu planejei, mas se não tivesse sido por todas as experiências que passei, eu não teria descoberto o quão grande, corajosa e MULHER eu poderia ser. (Se não é benção é lição, lembra?!) ♡

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

1,2,3 testando...

Bem, eu não acho que tenha muita vocação pra ser blogueira, mas tudo bem pq não é essa a intenção rs. 
A verdade é que eu amo escrever, sempre foi minha terapia, desde pequenininha com meus mil e um diários, então tive a idéia de criar um blog, já que me parece meio "cansativo"postar textão em redes sociais como facebook e etc (não que eu não faça isso de vez enquando rs) mas é diferente pq q eu mal sei quem vai entrar aqui, ainda assim não me importa, é só uma vontade de escrever, dividir, compartilhar de alguma maneira com o próximo um pouquinho das minhas experiências, descobertas, dos meus pensamentos sobre as  idéias que venho criando sobre o mundo... Quem sabe eu possa até inspirar alguém, de alguma maneira, como um dia uma pessoa que hoje é minha amiga, me inspirou! (Patrícia Rangel ♥)

Sabe, viver longe das raízes nos torna muito mais reflexivos do que antes, talvez pq a gente vá plantando novos frutos que vão florescendo em distintos terrenos e fazem com que aquele cercadinho em volta de casa pareça pequeno demais perto da árvore gigante que a gente se transformou.  
Hoje completo 8 meses vivendo na Austrália, um turbilhão de sentimentos continuam aflorados em mim, mas diferente de quando cheguei eles agora se misturam entre sim de uma maneira mais leve, mais doce e graciosa. É uma fase de realização pessoal, de uma gratidão contínua acompanhada de uma saudade doída que parece falar constantemente: "olha você pode até estar feliz mas seu lar é onde o seu coração está!" Mas eu sou teimosa e digo pra mim mesma: ainda bem que a gente é livre pra amar, tudo, todos em qualquer lugar! Pq hoje também tenho parte do meu coração aqui e é nesse sentimento que prefiro focar já que eu sei que a saudade não vai cansa de me machucar. 

Se teve uma coisa que aprendi e venho tentando praticar nessa vida, é não lamentar, não dar espaço pro vitimismo se acomodar, é acreditar com todo meu coração que tudo que chega até mim, chega por uma razão divina e que de alguma maneira vai me fazer prosperar, então até meu sofrimento se torna valioso e acolho isso cuidando e respeitando a mim mesma pra que quando eu pare de chorar possa agradecer a Deus por estar viva, aqui ou em qualquer outro lugar, vivendo da maneira mais intensa que eu puder pq quero que valha a pena! Então aquele aperto no peito se torna um instrumento de força, de coragem e suportá-lo é um motivo pra me orgulhar. 
Em suma, é assim que tenho escolhido conduzir os meus dias, a minha causa, de coração, peito, alma, mente, braços e olhos bem abertos pra me agarrar ao melhor que essa jornada tem a me proporcionar.